sexta-feira, janeiro 19, 2007

Fim

Rápidamente sinto a frieza da vida a tomar conta de mim, sinto-me inerte, perdido entre constantes mudanças de humor, um cruzar de sensações, uma tentativa de fugir ao destino reservado para mim, algo que me acompanha desde o inicio e que me fará companhia em ómega, ómega, palavra simples mas com um sentido frio, temida por muitos senão mesmo por todos, eu temo, porque neste momento sinto que a vida foi curta e fui incapaz de realizar os mais secretos dos meus objectivos, não me sinto realizado como pensava que me viria a sentir, ah... a vida, a crua vida que vivi, tudo o que desejei e sonho continuar a viver em mundos alcançáveis somente em sonho, onde a lua na sua magnitude me olha com carinho e amor e me vai sussurrando palavras que bebo com tamanha ângustia, somente por saber que o fim está a vir!
Espero que tenham gostado do que tenho vindo a escrever, finalizo esta fase da minha vida com este a que dei o nome de Fim, muito próprio.
Obrigado!

terça-feira, janeiro 16, 2007

Lágrimas

Lágrimas escorrem-me pela face quando olho para a tua fotografia, lágrimas de alegria, lágrimas de saudade, por algo que desejo ardentemente, mas que por ironia não posso tocar ou beijar, sentir o seu aroma a alecrim, tocar nos seus belos cabelos castanhos, voando ao sabor do vento, a brisa que sopro cada vez que suspiro ao pensar em ti. Tempestades se formam dentro de mim, lágrimas que acompanham o que sinto, o desejo de te ter em meus braços. Olho ao meu redor, encontro de tudo um pouco, o que ambicionei durante anos e que agora vejo, de olhos molhados, que nada me diz, o vazio dentro de mim mantém-se com mil gentes num mundo que cabe na palma da mão, mas tu não, tu não estás presente, continuas ausente na minha vida, somente dando novas cada vez que a lua me sussurra ao ouvido palavras vindas de longe, dum paraíso inalcançável para mim, um lugar onde vivo contigo somente em sonho, onde sinto o teu toque suave de carmesim, o teu aroma doce como mel e onde bebo as tuas palavras, o elixir da minha vida, a minha razão de me manter sóbrio deste ópio que é a vida. Lágrimas e mais lágrimas me correm pela face quando me recordo do passado, das águas que correram ao longo do tempo, que me marcaram, tão fundo que por mais que raspe a pele do corpo não as consigo fazer desaparecer, marcas que vivem em mim, que me flagelam vezes sem parar, para me recordar do que fiz, e principalmente do que tive de sofrer para te poder conhecer, e finalmente compreender que é a ti que te quero, custe o que custar, são as lágrimas que escorrem, são as palavras que elas gritam dentro de mim!

quarta-feira, janeiro 10, 2007

Ironia

Acho que o titulo que dei a esta crónica, deveras adequado à vida. É incrivel que a vida nos pregue partidas nos momentos menos esperados. Acreditem porque é verdade! Podemos abranger todo e qualquer assunto, desde questões da sociedade em si, familia e principalmente os romances. Por alguma razão se diz que "Deus dá nozes a quem não tem dentes" ou não é verdade. É uma autêntica estupidez quando isso acontece. Será que não somos capazes de tomar consciência que andamos a mexer com os sentimentos das pessoas, com as suas perspectivas de vida, com os seus sonhos? Cada acção tem repercursões nas pessoas que se encontram à nossa volta, ou que fazem mesmo parte integrante do nosso seio familiar. Há dores que são piores que mil facadas, que deixam feridas que por vezes nunca saram, criando medos e desconfiânça nas pessoas lesadas. Isto somente trás mais dor, e principalmente, leva a que se percam oportunidades que nos batem à porta, mas que recusamos por medo ao desconhecido, ao sofrimento que dai pode advir. Tudo isto porque a vida é irónica, e acreditem que a minha tem sido bastante irónica nos últimos tempo, talvez até demais!

sexta-feira, janeiro 05, 2007

Dor

Ah Dor, tu que me flagelas o coração vezes sem parar, espinho de rosa amada, amor, chama de Fénix que renasce vezes sem parar, chama que me consome por dentro e por fora, perco a razão, o sonho desvanece-se, parecendo inalcançável, parecendo? - Hum... não, cada vez o vejo mais longe;
Ah Dor, tu que me consomes, me levas o pensamento e a razão de viver, de amar… de ser amado, Ah… o sonho… a esperança de alguma vez sentir a felicidade à muito esperada, uma felicidade trocada pela tristeza que vive em mim e que se apodera da minha alma, esquartejando-a vezes sem parar, deixando-me perdido algures no limbo, as lágrimas que me correm pela face, trazidas pelo desespero, pela saudade, pela frustração, de ser quem sou e de não poder ser algo mais…alguém amado por quem se ama, pela rosa que cresce no meu jardim a que chamo coração;
Ah Dor, companheira nesta jornada a que chamo vida,
Ah vida, a dor que me consome vezes sem parar…

quarta-feira, janeiro 03, 2007

Ano Novo

Desperto da conversa ao ouvir o rebentar dos foguetes, dizendo-me que mais um ano se passou, acontecimentos, histórias, memórias, uma nova era se aproxima, mais linhas que se escrevem, o desenrolar de um filme, a que chamamos vida, mais e mais se aproxima, um inicio de vida para alguns, o resto para muitos, vejo o borbulhar do champanhe no meu copo que passa pela minha garganta enquanto fecho os olhos, tentando saborear o seu paladar, enquanto esqueço a vida por momentos, o que tem de bom e especialmente o que tem de dor, ah…, as doze passas que tenho na mão, as doze badaladas da meia-noite, dadas pelo relógio de cuco que vive suspenso na parede, um indício de esperança, mais uma forma que a vida tem construir sonhos vindos do nada, de motivar gentes e multidões, um desejo que se escolhe e que se diz bem baixinho, somente para o coração ouvir e recordar, pelo menos, durante os próximos tempos, até que a realidade nos acorde e nos obrigue a trabalhar, para que até os ínfimos desejos se concretizem, motivados pela vontade e pela esperança de algo melhor, bem pelo menos um ano novo, recém-nascido, melhor que os que passaram e que ficam na memória de todos.