segunda-feira, outubro 30, 2006

Um Adeus

Amigo, camarada como muitos te tratavam, sempre junto de nós, para isto e para aquilo, um sorriso de manhã, um abraço ao final do dia, uma palmadinha na costa quando estamos tristes, uma gargalhada quando o Sporting marcava, sempre... mas sempre alegre, a felicidade em pessoa a cortesia no ar. A vida passa e nada podemos fazer, controlamos tudo mas no entanto o fim sai-nos da mão como grãos de areia que se descolam das rochas ao bater de cada onda. Companheiro, a jornada só agora começou, mas o caminho que seja sempre em bonança... um abraço dos que ficam e que não te esquecem...!

Em honra de um amigo que infelizmente já não se encontra entre nós...!
Um abraço!
1957-30/10/2006

Aparências

É certo que somos o que a vida faz de nós, um aristocrata, um poeta, um padre até mesmo um ladrão. Mentes brilhantes assumem o contrário, atribuem a culpa a algo microscópio, o ADN, como o podem fazer se nem sequer o vêem, tocam, ou o cheiram. Em verdade vos digo, o que nos faz como somos, não é o ADN, nem é o destino pré concebido de que toda a gente fala. É a vida propriamente dita, o agir com o interagir, a sociedade, as pessoas, um sorriso, um estalo, um adeus, um abraçar de gerações, tudo o que fazemos, tudo o que dizemos, mexe connosco, muda-nos, amadurace-nos, umas vezes bem, outras vezes mal, é como o vinho no pipo, é preciso tempo e paciência, algo perdido nas gerações, interpretações e mais interpretações, geralmente erradas...atrevo-me quase a dizê-lo abertamente, sempre errado, vivemos numa sociedade de aparências, onde julgas pelo que vês e nunca pelo que se é... ideias e mais ideias, um magoar constante de gerações, uma preguiça de ver-se algo mais, de perpetuar o desconhecido, tirando-o do chapéu de mágico, mostrando se é coelho ou pombo...!

Triste Vida

Splash... ouço pratos a partir, gritos e mais gritos, splash... mais louça a partir-se, cacos no chão, um despedaçar de corações, vidas conjuntas, almas perdidas, dias e mais dias, vidas negras em céu claro, corações perdidos em sonhos de vidas nunca alcançáveis, gritos e mais gritos, um desabafar de sapos engolidos durante muito tempo, tempo até de mais, uma mulher de casa, um marido ausente, o trabalho, os amigos, os copos. A altas horas da madrugada, lá chega ele, com um perfume a álcool e uma liga nas mãos, socos e mais socos, uma porta partida uma vida despedaçada, uma fechadura arrombada uma chave perdida para sempre, gritos e mais gritos, sempre o mesmo, nozes dadas a quem não tem dentes, vidas destruídas por faltas de respeito, por abusos e mais abusos. Splash...lá cai mais qualquer coisa, a tristeza da vida, a realidade de muitos...

sábado, outubro 28, 2006

Amor e mais Amor

Amor e mais Amor,tudo se diz, tudo se faz por ele, escritos líricos em folhas de papiro,
lidas ou cantadas, tudo sobre o mesmo... Amor. Bocage, Antero de Quental, Florbela Espanca,
são exemplos de nomes que flúem da nossa boca cada vez que falamos de Amor,mas lá está outra vez, sempre o mesmo, palavras e mais palavras,
sempre a descrever sentimentos reais ou imaginários, uns falam de conquistas outros de fracassos,amores platónicos ou obsessões... venha o Diabo e escolha,
tudo o mesmo, palavras ocas, sentimentos vazios,
nada dizem, nada fazem, no entanto movem gentes e nações...!

sexta-feira, outubro 27, 2006

Guitarrista

Sento-me no meu banco, prestes a chegar ao céu, ligo o amplificador ouvindo o aclamar do que por ai se avizinha, sons, melodias, barulho como muitos lhe chamam, um exprimir de emoções e sensações, pego na minha guitarra imaginando-me num palco, quase que consigo ouvir os gritos eufóricos do publico aclamando mais uma musica, mais um som,fecho os olhos, sinto a frieza das cordas, sinto as vibrações por elas transmitidas ao corpo deixando-me levar por elas, perdendo o controlo dos dedos, depressa começa a sair algo divinal, uma extensão da minha alma, os gritos que ela dá ao mundo, um choro, um sorriso, uma forma de se evidenciar no mundo, no universo do palco, mexendo com pessoas, com almas... trazendo um pouco de cada um para dentro de si... e para fora também.

quinta-feira, outubro 26, 2006

Palavras

Ouve alguém que me falou de perfeição, falando-me de caminhos e de reviravoltas, e mais, da pesada contestação da sociedade.
Falou-me de amor e da mulher amada, com palavras grossas e entoações fortes, dizendo que um depende do outro, que a perfeição é subjectiva, mas que o amor é fácil, não depende de um, mas sim dos dois, que o segredo não esta em receber mas sim no dar, palavras e mais palavras, sentenças, juízos mentais, teorias que padecem de conspiração para que ao cortar se jorre um suco de seiva, sociedade e os seus robôs programados, sem vontade própria, impossibilitados de pensar, autómatos autênticos... Sociedade e a sua virtude, falsidade nos actos e nas palavras ocas, proferidas automaticamente, um botão que se carrega, liga... desliga, sempre o mesmo, rotina e mais rotina.
Fala-se da vida como se fala de futebol, mais um, mais outro, sem sentimento, uma frieza gélida que congela tudo e todos, a perfeição... o amor como me falaram...!

Amar por Amar

Amar por amar, Amar perdidamente,
rios que correm, brisas que sopram,
murmúrios no tempo que correm intensamente,
amar... porque?... e para que?... tanta dor por um sentimento,
tanta saudade por alguém, um alguém que talvez seja a eteridade da própria dor.

Amar por amar, Amar perdidamente,
Amar para enganar, Amar escrupulosamente,
olhos cegos que vêem, ouvidos surdos que ouvem,
palavras ocas que só servem para criar ilusões e despedaçar corações...

Amar por amar, Amar para ser amado,
certa vez amei alguém e é certo que me enganei
o porquê não sei, talvez por amar cegamente...

15/03/2002

Um Amanhecer

Acordado por uma brisa suave soprada nesta triste e leda madrugada,
gotas de orvalhada... límpidas e translúcidas,
rios mansos em pétalas de carmesim, um cheiro doce a terra molhada... uma harmoniosa ligação entre o mundo e a fantasia,
ramagens verdes e carnudas, vestígios das floridas primaveras vividas nas eras fielmente passadas,
entre prados verdes e rugosos penedos, uma tranquilidade muda se ouve, entre o cantar das folhas ao sabor do vento, do suave esvoaçar das aves, transportadoras das saudades sentidas pelos corações separados pelo tempo e pelo espaço...

19/03/2002

quarta-feira, outubro 25, 2006

O Pano

Palavras, Acções... um aglomerado de sons e gestos que em conjunto expressam sentimentos, fúteis na maioria das vezes, não!... sempre, usados e abusados para iludir e por à prova ideias com uma firmeza tão frágil que por vezes se parte, pondo a descoberto o enredo por detrás da peça... provas e mais provas se fazem através deles, destruindo ideias... sentimentos, profundos na maioria das vezes, trazendo desespero, destruindo futuros! Um jogo de artimanhas, planeado e executado com uma precisão milimétrica com o objectivo de ganhar e subjulgar o adversário, descurando tudo e todos...

Jardim de Infância

Riddle....
Ofereci-te um colar de búzios apanhados nesse verão na praia,
Dei-te um avião em miniatura, colei no teu quarto um poster do teu cantor preferido,
Escondi no meu jardim as fotografias tipo passe que tiramos os dois,
Telefonei para a rádio e dediquei-te uma musica lamechas,
Fazia os teus trabalhos de casa de matemática.
Olhavas-me com pena e sabias que o futuro se vê melhor quando não namoramos com um tipo despenteado e vestido de popeye na festa de final de ano.
Não me deste o beijo que prometeste e senti que jamais te esqueceria.

Lex....
Quando olhei para a fotografia tipo passe que te tirei do jardim, lembrei-me de quando te conheci, da suave brisa a beijar-te os cabelos, do mal-me-quer que apanhei do jardim para te oferecer, do avião empoeirado que tenho no quarto, do teu toque quando me davas a mão enquanto passeava-mos na praia com o cantar das ondas do mar.
O teu olhar com tristeza quando me afastei sem te beijar os lábios, fugindo a um futuro que não te podia dar, trazendo-te uma lágrima cristalina aos teus olhos enquanto me afastava, tentando seguir em frente sem desvanecer, sempre de cabeça em baixo, sabendo que jamais te esqueceria...

Um reflectir do Horizonte!

Sentada sobre a areia suave numa praia,
encantada com a beleza do céu estrelado,
ouvindo a doce melodia cantada pelas ondas do mar,
enquanto a lua sussurrando-te ao ouvido
palavras de amor e carinho,
sentidas por um coração fiel ao seu amor platónico!
São duas bocas que se tocam...
é o sentir do aroma a rosas do teu corpo,
o brilhar intenso dos teus belos olhos
como se fossem duas estrelas cintilantes num céu estrelado.
e as doces palavras que me dirigias, tão doces
que encantavam os meus ouvidos...
os teus lábios sim, um fruto proibido para a minha boca,
mas um regalo para os meus olhos...
A saudade é companheira na jornada da vida,
forçando-nos a contar todos os minutos que possam faltar,
para possivelmente nos voltar-mos a encontrar,
a vida é feita destas coisas, mas só damos valor ao que amamos
quando sem ele nos encontramos!


10/12/2001

Cold Night

In a dark cold night, where the wind whispers on my window, trying to get me out of my bed, seducing me with warm songs, confusing my mind, creating illusions and awaking emotions. The fear of the unknown pumps my heart out of my chest, no! -The night is calling me, the moon is watching me behind the mist, trying to guide me throughout the night, she whispers in my mind...! I follow her voice, trying to feed my curiosity, outside the night freezes everything as i walk by, i can hear the sounds of the night following my footsteps...Soon the sleep will take over me, i laid down on the floor, i watch the moon smiling at me, soon i will be dreaming, trying to convince my self...i close my eyes...and dream to the eternity!