Palavras que nunca te direi
Escrevo cartas, memórias, prosas e rimas, deixo-me levar pelo que sinto, pondo a mente inerte, sem raciocinio, os dedos deixam-se levar, a caneta escreve o que me vai no fundo do coração, sentimentos, alegrias, tristezas, segredos que guardo para mim entre grades e fechaduras, de chaves perdidas pelo tempo. Medos do quê? – Não sei, da verdade, da crua realidade que por vezes magoa mais do que sara, medo de enfrentar as dificuldades impostas pelo caminho que se tem de percorrer, das linhas da vida, enroladas como um novelo de lã, por vezes presa por nós, dados pelas acções, decisões tomadas sem pensar, ou porque pensamos em demasia. Segredos guardados, palavras escondidas, um puzzle de emoções, à espera de serem organizados, preenchidos por alguém, um alguém que guarda a chave à muito perdida, o segredo que abre a porta do coração, revelando o que lhe vai na alma.